Dinâmica do uso e ocupação do solo em uma bacia hidrográfica do semiárido brasileiro
COELHO, V. H. R.; MONTENEGRO, S. M. G. L.; ALMEIDA, C. N.; LIMA, E. R. V.; RIBEIRO NETO, A.; MOURA, G. S. S.
Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental (Online), v.18(1), p.64 - 72, 2014
http://dx.doi.org/10.1590/S1415-43662014000100009
As mudanças no uso e na ocupação do solo, provocadas pelas ações antrópicas, têm gerado grandes impactos nas paisagens. Esses impactos podem ser mitigados através do monitoramento do uso e da cobertura do solo utilizando-se informações espaço-temporais das modificações ocorridas na paisagem. Este trabalho apresenta uma análise espaço-temporal detalhada da dinâmica do uso e ocupação do solo da bacia hidrográfica do riacho São Paulo, localizada na região semiárida do Estado de Pernambuco, entre os anos de 1991 e 2010. Partindo da classificação de três imagens de satélite dos anos de 1991, 2000 e 2010, foram utilizadas matrizes de transição, associadas à álgebra de mapas e métricas da paisagem. Os resultados mostraram que durante o período estudado as classes de uso e ocupação do solo passaram por uma grande transição, com a substituição progressiva das áreas de vegetação de caatinga aberta por áreas com pastagem/agricultura. Junto com o rápido crescimento da classe pastagem/agricultura, a paisagem predominante de vegetação nativa foi sendo substituída por uma paisagem cada vez mais devastada, heterogênea e fragmentada, como mostraram os índices das métricas da paisagem.
E se fôssemos descendentes das aranhas?
DIAS, S. O.; RODRIGUES, C. C.
Textura, v. 16(3), p. 137-155, 2014.
Arte e ciência; política; divulgação científica: mudanças climáticas,
É com essa pergunta que Peter Pelbart nos apresenta Deligny e suas experiências-limite. Uma pergunta que mobiliza uma filiação impossível. Uma genealogia ficcional. Uma familiaridade delirante. Uma natureza criada. Uma inteligência artificial. Uma ancestralidade que se faz devir. Um tempo emaranhado. E tudo isso é extremamente contagiante para se pensar… para se pensar muitas coisas… e que aqui escolhemos pensar a divulgação científica. Porque um dos problemas da divulgação é o aprisionamento àquilo que se definiu como sendo, ao mesmo tempo, sua origem e destino, seu passado e futuro – ciências e educação-comunicação. E se fôssemos descendentes das aranhas? Neste artigo, buscamos por uma escrita que repouse levemente nas dobras de corpos aberrantes, iluminando e adensando o que surge nas zonas de vizinhanças, nas alianças desautorizadas, nas porosidades escavadas nas linguagens, nos rasgos das peles identitárias. Convocaremos corpos-imagens-sons-palavras da literatura, artes, arquitetura, antropologia, música, filosofia e… para realizar uma operação sensível: dar um corpo à divulgação científica e às mudanças climáticas. Dar um corpo envolveria um desprender-se das ecologias já dadas em busca de expressar as virtualidades futurísticas de ciências-educações-comunicações.
Imagem e Educação Ambiental: percursos de pesquisa
GUIMARÃES, L. B.; CODES, D.
Interacções, v. 10(31), p. 239-253, 2014
Educação ambiental; Estudos culturais; Imagem; Sustentabilidade,
O artigo articula duas pesquisas, uma de pós-doutorado e outra de mestrado, para discutir os modos como imagens sobre o ambiente atuaram em seus escritos. A partir de aportes teóricos e práticos advindos dos estudos culturais em suas vertentes pós-estruturalistas, sobretudo operando com os conceitos de “dispositivo” (Michel Foucault) e de “ficção” (Jacques Rancière), o artigo inicia apresentando resultados de estudos anteriores que examinaram como o “dispositivo da sustentabilidade” circunscreve, no tempo presente, maneiras de ver, de enunciar, de ler e de produzir imagens sobre o ambiente. Em seguida o texto desdobra cada uma das pesquisas, traçando seus percursos de encontro com as imagens. A primeira investigação lidou com imagens veiculadas na mídia impressa sobre a temática da sustentabilidade, examinando seus clichês mais estridentes. A segunda criou imagens cinematográficas experimentais a partir de uma coleção, de um arquivo pessoal de registros narrativos escritos, orais, fílmicos, fotográficos e poéticos sobre um local específico do litoral brasileiro. A partir da fábrica artesanal da pesquisa, da criação metodológica, educação, imagem, cultura e ambiente entrelaçaram-se no ensaio. Houve um esforço, nos dois estudos colocados em articulação no artigo, por criar outros modos de pensar a relação entre educação e ambiente, para além do que já está pensado para nós através das linhas mais endurecidas e evidentes do “dispositivo da sustentabilidade”.
O Público da Divulgação Científica no Paradigma da Cultura Participativa
GOMES, I. M. A. M.; FLORES, N.
Ação Midiática, v.7, p. 1-15, 2014
http://dx.doi.org/10.5380/am.v0i7.35531
Divulgação científica; Cultura da participação; Público; Blogs,
Neste artigo abordamos a divulgação científica e sua construção de público na cultura da participação, onde há a apropriação de blogs e de outras mídias sociais por cientistas e não cientistas. Refletimos sobre os modos como os estudos de divulgação científica construíram o público da divulgação científica (DC), aliando também reflexões de novos olhares sobre o público que surgem com as potencialidades de interação e de aproximação oferecidas pelos blogs.
Boas práticas em manejo de pastagens
Boas práticas em manejo de pastagens
PEDREIRA, B. C.; CARNEVALLI, R. A. ; LOPES, L. B. ; PITTA, R. M. ; Oliveira Junior, O. L.; BARBOSA, D. A.
In: Guerin, N.; Isernhagen, I. (Org.). PLANTAR, CRIAR E CONSERVAR: unindo produtividade e meio ambiente
1ed. São Paulo: Instituto Socioambiental, 2013, v. 1, p. 67-82
Discursos estratégicos e ações para a comunicação científica de acesso livre: estudo comparado entre Brasil e Espanha
GOMES, I. M. A. M.; ALONSO, V. T.; GONZALEZ, E. A.
Comunicação & Inovação (Online), v. 15(28), p. 20, 2014
10.13037/ci.vol15n28.2391
Política de ciência e tecnologia; comunicação científica; acesso livre.,
Partindo da análise dos discursos oficiais dos governos brasileiro e espanhol através da leitura de suas estratégias nacionais de ciência, tecnologia e inovação, buscamos identificar as intenções e também as práticas de comunicação científica em acesso livre promovidas por cada país. Como objetos, analisamos os atuais sistemas em rede de comunicação científica em acesso livre promovidos pelos respectivos governos, demonstrando que não há um alinhamento entre o discurso e prática, o que pode colocar a comunicação científica como indicadora de modelos políticos.
Climate change threatens protected areas of the Atlantic Forest
LEMES, P.; MELO, A. S.; LOYOLA, R. D.
Biodiversity and Conservation, v. 23(2), p. 357–368, 2014
10.1007/s10531-013-0605-2
Amphibians; Dispersal; Ecological niche models; Global warming; Reserve network,
Only 7 % of the Atlantic Forest Biodiversity Hotspot is currently protected, though it holds 18 % of all amphibian species in South America. How effective would the Atlantic Forest network of protected areas (PAs) be in a changing climate? Are there some intrinsic features of PAs that drive species loss or gain inside them? We addressed these questions by modeling the ecological niches of 430 amphibian species in the Atlantic Forest and projecting their distributions into three future climate change simulations. We then assessed changes in species richness inside PAs for different time frames and tested their significance via null model. The number of species should decline within Atlantic Forest network of PAs under changing climate conditions. Only altitude was a good predictor of species gains or lost inside PAs. Therefore, we suggest that new PAs established in highlands would be more effective to alleviate the effects of climate change on this imperiled fauna.
Costs of reducing GHG emissions in Brazil
GURGEL, A. C.; PALTSEV, S.
Climate Policy, v. 14, p. 209-223, 2014
http://dx.doi.org/10.1080/14693062.2013.835655
Brazil, climate policies, deforestation, general equilibrium,
During the 2009 Conference of the Parties meeting in Copenhagen, the Brazilian government announced voluntary targets to reduce GHG emissions, with the targets being reconfirmed in Cancun (2010) and in Durban (2011). An estimate is presented of the economic impact of alternative policies to achieve such targets, including actions to cut emissions from deforestation and agricultural production. A dynamic-recursive general equilibrium model of the world economy is used. The main results show that deforestation emissions in Brazil can be reduced at very low costs, but the cost of cutting emissions from agriculture and energy use may lead to a 2.3% drop in gross domestic product by 2020 if sector-specific carbon taxes are applied. Such costs may be reduced to 1.5% under a carbon trading scheme. The negative impact of carbon taxes on agricultural production indirectly reduces deforestation rates; therefore, directly cutting emissions from deforestation is the most cost-effective option since it does not adversely affect agricultural production, which continues to expand into low-yield, underutilized pastures and secondary forest areas.
An Ecological Model for Quantitative Risk Assessment for Schistosomiasis: The Case of a Patchy Environment in the Coastal Tropical Area of Northeastern Brazil
DUARTE, H.; DROGUETT, E. L.; MOURA, M.; GOMES, E. C. S.; BARBOSA, C.; BARBOSA, V.; ARAUJO, M.
Risk Analysis, v. 34, p. 831-846, 2014
10.1111/risa.12139
We developed a stochastic model for quantitative risk assessment for the Schistosoma mansoni(SM) parasite, which causes an endemic disease of public concern. The model provides answers in a useful format for public health decisions, uses data and expert opinion, and can be applied to any landscape where the snail Biomphalaria glabrata is the main intermediate host (South and Central America, the Caribbean, and Africa). It incorporates several realistic and case-specific features: stage-structured parasite populations, periodic praziquantel (PZQ) drug treatment for humans, density dependence, extreme events (prolonged rainfall), site-specific sanitation quality, environmental stochasticity, monthly rainfall variation, uncertainty in parameters, and spatial dynamics. We parameterize the model through a real-world application in the district of Porto de Galinhas (PG), one of the main touristic destinations in Brazil, where previous studies identified four parasite populations within the metapopulation. The results provide a good approximation of the dynamics of the system and are in agreement with our field observations, i.e., the lack of basic infrastructure (sanitation level and health programs) makes PG a suitable habitat for the persistence and growth of a parasite metapopulation. We quantify the risk of SM metapopulation explosion and quasi-extinction and the time to metapopulation explosion and quasi-extinction. We evaluate the sensitivity of the results under varying scenarios of future periodic PZQ treatment (based on the Brazilian Ministry of Health’s plan) and sanitation quality. We conclude that the plan might be useful to slow SM metapopulation growth but not to control it. Additional investments in better sanitation are necessary.
Clade-specific consequences of climate change to amphibians in Atlantic Forest protected areas
LOYOLA, R. D.; LEMES, P.; BRUM, F. T.; PROVETE, D. B.; DUARTE, L. D. S.
Ecography, v. 37, p. 65–72, 2014
10.1111/j.1600-0587.2013.00396.x
The rapid global decline of amphibian population is alarming because many occur for apparently unknown or enigmatic reasons, even inside protected areas (PAs). Some studies have predicted the effects of climate change on amphibians’ distribution and extinction, but the relationship and consequences of climate change to the phylogenetic structure of amphibian assemblages remain obscure. By applying robust techniques for ecological niche modeling and a cutting-edge approach on community phylogenetics, here, we evaluate how climate change affects the geographical pattern of amphibian species richness and phylogenetic diversity in the Atlantic Forest Biodiversity Hotspot, Brazil, as well as how the phylogenetic composition of amphibian assemblages respond to climate change. We found that most species contracted their ranges and that such responses are clade specific. Basal amphibian clades (e.g. Gymnophiona and Pipidae) were positively affected by climate change, whereas late-divergent clades (e.g. Cycloramphidae, Centrolenidae, Eleutherodactylidae, Microhylidae) were severely impacted. Identifying major changes in the phylogenetic pool represents a first step towards a better understanding of how assembly processes related to climate change will affect ecological communities. A deep analysis of the impacts of climate change not only on species, but also on the evolutionary relationships among species might foster the discussion on clade-level conservation priorities for this imperiled fauna.
Impacts of landscape fragmentation on simulated precipitation fields in the Amazonian sub-basin of Ji-Paraná using the ETA model
RODRIGUEZ, D. A.; CHOU, S. C.; TOMASELLA, J.; DEMARIA, E.
Theoretical and Applied Climatology, v. 115, p. 121-140, 2014
10.1007/s00704-013-0866-4
Numerical studies on impacts of landscape fragmentation due to land use and land cover change (LUCC) on precipitation fields over the Ji-Paraná basin in the Amazon region are carried out using atmospheric Eta model. Experiments consider historical data about LUCC over the basin from 1978 to 2000 and compare simulations under LUCC conditions with simulations under pristine conditions. In agreement with previous observational studies, model results do not show statistically significant impacts on precipitation in the region. Results indicate that variability in precipitation in this region is mainly controlled by large-scale atmospheric characteristics and soil moisture conditions. However, some limitations are identified in the model simulations, mainly associated to the diurnal cycle of precipitation.